Já o tinha feito para a iniciativa da UCLA, mas de uma forma mais resumida. Agora o vídeo completo onde vos apresento Paulo Pimentel e falo do seu mais recente romance, A Perdição de D. Sancho II.
"As nossas leituras
Hoje vamos à Idade Média, um período da História que me fascina. Fazemos uma visita à corte do rei de Portugal D. Sancho II, e, mais do que à corte deste monarca, vamos ao interior da sua mente (neste excerto, à mente de Dona Mécia, sua esposa), através da visão de Paulo Pimentel e da voz de excelente dicção de Ana Kandsmar, num livro saído há pouco tempo: «A Perdição de D. Sancho II».
Poucos conhecem a história deste rei desgraçado, que governou de 1223 até 1248, altura em que foi deposto do trono pelo próprio irmão, futuro Afonso III, e que viu ser lançado sobre o seu reino um Interdito da Santa Sé (pena gravíssima na época), que foi excomungado pelo papa Gregório IX e que chegou a ser classificado pelo pontífice de Roma com o desonroso título de "Rex inutilis" (o rei inútil). Tudo porque, numa atitude de coragem, quis o melhor para o seu país, combatendo o enorme poder da nobreza e da Igreja.
Penso que este livro é uma excelente oportunidade de ficarmos a conhecer melhor a vida conturbada de D. Sancho II, obrigado a exilar-se, vindo a morrer triste, longe da sua pátria, com apenas 38 anos.
Neste excerto embrenhamo-nos nas meditações ambiciosas de Dona Mécia Lopes de Haro, a esposa de Sancho, que viu o casamento anulado pelo papa e foi raptada pelos inimigos do marido. Nunca mais se tornaram a ver."
João Nuno Azambuja
(Biografia: Ana Kandsmar é mãe, autora, jornalista, copywriter, ghost-writer e blogger. Escreve por prazer. Por paixão. Por necessidade. Lê muito. Para se evadir. Para se construir. Para aprender. Nasceu na década de 70 e cresceu com livros. Os seus e os dos outros. "A Guardiã - O livro de Jade do Céu", é o romance histórico/fantástico que publicou pela primeira vez em 2015. No mesmo ano, participou, com o conto "Kilimanjaro", na antologia de contos de autores da editora Capital Books, assinando ambas as edições com o nome Ana Cristina Pinto. Em 2017, republicou o romance "A Guardiã - O Livro de jade do Céu" com as Edições Mahatma. Em 2018, com a mesma editora, publicou o romance "A Lenda do Havn", e em 2019 participou na antologia poética Conexões Atlânticas, projeto partilhado por vários autores do mundo lusófono.)
Brancas/1993 Às vezes temos medo. Do desconhecido. Às vezes julgamos conhecer o desconhecido e temos medo. O desconhecido pode ser uma imagem parada na nossa mente. Nublada. Ensombrada. Na penumbra. Pode ser a noite que é a penumbra mais densa que conhecemos. Ou pode ser o escuro. O vazio. O medo pode ter muitas formas. Pode ser um rapaz. Um rapaz num hospício. Pode ser o Paulinho. Encontrei-o pela primeira vez em 1993. Num dia de estágio de Saúde Mental e Psiquiatria nas Brancas. Primeiro vi as marcas do que fizera. O capot de um carro danificado no exterior do edifício. A coordenadora de estágio sorrira ao meu grupo e desculpara-se “foi o Paulinho, está tudo bem, não se assustem, foi só o Paulinho”. Soaram dentro de mim as campainhas de alarme. Quem seria o Paulinho? Quem seria aquele ser que danificara a viatura? Porque o teria feito? Em que condições o teria feito? As perguntas martelavam a minha mente, mas logo deram lugar à necessidade de dispensa...
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