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Conto de Natal - Uma Família Muito Estranha

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Teixeira era um homem velho. Não sei que idade teria, mas parecia ter oitenta anos há, pelo menos três décadas. Muito raramente saía de casa. Uma casa grande, demasiado grande para um homem só, sempre fechada, as portadas cerradas que impediam a entrada da luz do sol e, pensava Teixeira, os olhares indiscretos dos vizinhos. De manhã ia ao correio e, uma vez por semana, à mercearia ao fundo da rua. As crianças temiam-no. Olhavam para o homem que nunca sorria e fugiam. Os cantos da boca sempre puxados para baixo e a testa sempre maldosamente franzida, intimidavam até os adultos e os mais pequenos passavam a palavra para que todos se afastassem do homem mau. Acreditavam que o Sr. Teixeira devia comer crianças, embora não tivessem provas concretas. Teixeira também não ajudava a desvanecer aquela má impressão que deixava nos outros, sobretudo na criançada, pois não fazia segredo de que detestava crianças. Havia, contudo, outras coisas que Teixeira detestava. Sempre de mau humor, era de sobr