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A mostrar mensagens de dezembro, 2017

O Espirito de Natal de uma Super-Hiper-Mega-Mãe-Parvalhona

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Adoro o Natal. Isto das luzes, os brilhos, o quentinho da casa a contrastar com as temperaturas siberianas da rua é consolador. E por isso, mal chegamos a novembro e já andam os miúdos a perguntar quando é que começamos com as decorações que são a melhor forma de celebração do espírito da família, e que as ruas da cidade já piscam por todos os lados… blábláblá…Começamos mal entra dezembro. Imbuídos daquele espírito maravilhoso de sermos um nichozinho familiar fortificado pelo amor, pela alegria e por outras utopias que tais, toca de enviar o entusiasmo inicial à garagem e mandá-lo trazer as caixas todas para cima.  A princípio, a malta ajuda e participa: pega daqui, escorrega dali, empurra dacolá, se preciso for até ao infinito e mais além.  Ao entrarmos em casa, já estamos mais mortos que vivos que os lances de escadas são três e não há elevador. Colo a cuspo (e muito latim) as vontades que começam a dispersar-se ao primeiro trim-trim do telemóvel qu

Conto de Natal (ou) o Fantasma de um Natal Futuro

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Já não nos vemos há séculos. Eu e tu, em dias de aniversários que quase se tocam, lembramos, tenho a certeza, do tempo em que nos festejávamos juntos, intervalando apenas por 24 horas de consciência natalícia, que afinal a época é de outros festejos e bem mais importantes que os nossos parabéns ofuscados pela estrela de Belém. Imagino-nos daqui a uns anos, poucos que não nos queremos velhos, apenas o suficiente para se somarem às rugas da nossa pele mais umas quantas rugas, e aos nossos cabelos brancos mais uns quantos cabelos brancos, rendidos ao cansaço e frenesim da quadra, encostados ao balcão de uma livraria. Eu a balançar um papel nas mãos, santo e senha para mais meia dúzia de compras, um livro, um perfume, uma gravata, talvez uma caixa de chocolates, filha és e mãe serás. Tu na fila, em modo de espera impaciente pelo último furor da literatura, que entretanto alguém embrulha atrás do balcão numa folha ocre de papel pardo. No abandono resignado do encosto, sentiremos então q

Não se ama alguém que não ouve a mesma canção

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Já lá vão quase 14! Quase 14 longos anos de uma vida a solo, a bem dizer a trio, que os dois miúdos contam para a equação, e uma verdadeira tentativa para o trio passar a quarteto. Não deu. Correu mal. Rui Veloso diz que não se ama alguém que não ouve a mesma canção e embora a coisa não deva ser levada à letra tem o seu Q de verdade. Na tal verdadeira tentativa a que me refiro, a canção que ouvíamos até era a mesma, partilhávamos de uma paixão já velhinha pelos Supertramp, entre outras, mas as cantigas em que entrávamos nos “desacordes” eram bem mais importantes que uma Logical Song ou um Breakfast in América. Paralelamente, nunca seria a música a dividir-nos, que eu não sou “gaija” para desamar alguém que ouve com prazer todas as músicas do Tony Carreira (até porque afinal não são do Tony Carreira), e porque acredito que quando amamos profundamente alguém, podemos até ouvir um tema ou outro da Ana Malhoa sem vomitar, se isso fizer o ser amado feliz. Mas o amor tem que coinci

As "Estampas" da nossa vida

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Acredito que todas as mulheres têm outra mulher pela qual, em algum momento das suas vidas foram trocadas. Essas, as que nos levaram algum dia ao término de uma relação, se forem tão ou mais bonitas que nós (e nós temos olhos na cara para ver isso) até compreendemos. (Não no momento, mas mais tarde). Mas quando isso não acontece, quando o homem que amávamos ou nos dava pelo menos a volta aos sentidos, nos troca por alguém francamente pior, então esse facto transforma para todo o sempre, a outra, (a ladra), numa "estampa". Uma croma purulenta, vurmosa e infecta. Eu tenho uma "estampa". Ou duas. A minha amiga também tem uma e não deve haver mulher que não tenha a sua. Até mesmo as próprias “estampas” são bem capazes de ter um destes exemplares a assombrá-las, por mais difícil que isso nos pareça. Mas confiando na lei de Murphy, temos que acreditar que há sempre pior. A primeira “estampa” que a vida me deu, foi há uns bons anos atrás. Tinha então 15 anos. Era a min

O sofrimento pode medir-se?

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Ainda ontem, depois de mais uma visita aos meus pais, comentava com o meu filho como uma boa dose de desumanização ou inconsciência sobre o valor real da vida, sobretudo da vida daqueles que amamos, nos pode ajudar a manter-nos à superfície dos “tsunamis” que nos apanham quase sempre desprevenidos. Revi uma mulher, vizinha já de certa idade, que deu à luz uma prole que só as mulheres de antigamente ousavam dar. 11 filhos. Apenas 4 deles estão vivos. Todos os outros deixaram esta vida cedo demais, a maioria ainda bebés que não tiveram tempo para assistir às vagas de terror que hoje varrem o mundo. Foram eles os baldões gigantescos de desgosto e sofrimento, para a mulher que os gerou e pariu. Agora, quando vejo a Alice a rir-se de tudo e de nada, quando a ouço gargalhar, mostrando sem pudor a boca desdentada, entregue às piadas rasas e vazias que a enchem de um alegre frenesim, pergunto-me se ela alguma vez amou os seus filhos, os seus filhos mortos, porque eu, -penso para os

É oficial: Esqueceste-me...

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Sou uma dessas tolas rendidas ao conforto do cepticismo quando se me anuncia a notícia nas gordas dos jornais: É oficial. Esqueceste-me.  Ao invés de aceitar o facto, ali na primeira página e nas notas de rodapé que abrem a informação em horário nobre, o que faço? Rio-me zombeteira do sensacionalismo barato, da pobreza jornalística e desatino no zapping corredio pela centena de canais.  É oficial, esqueceste-me. Qual quê? Quero comédias românticas, P.S. I Love You, As Palavras que Nunca te Direi perdidas num qualquer Diário da nossa Paixão. Quero a fuga da Verdade Dolorosa ali escarrapachada em Diário da República, numa mescla de revogações e contorcionismo legislativo, daquele que é geral e obrigatório em todo o continente e ilhas. É oficial.  Que se fodam as notícias, a indiferença que me tens escancarada nas capas das revistas, nas páginas dos jornais online e na tinta dos papéis.  Que se fodam as notícias. Que se fodam os ardinas que te apregoam nas esquinas dos ca

And the oscar goes to...

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Acredita que vou tendo outros. Claro que vou tendo outros.  Não encontrei até hoje outra forma de te sentir, senão ver-te em pequenas coisas que eles têm de ti. A curvatura dos lábios que me parece a tua, as falhas capilares onde detenho as mãos ou a forma como me encostam à parede.  Tu não sabes, mas o que eles encontram quando me adentram é o mesmo que descobrem numa sala vazia, e tudo o que me ouvem é o eco do que te digo. Tu não sabes, mas depois da explosão de vida que me foste, os outros não passam de riscos na minha parede, balanço estatístico, contabilidade organizada… na melhor das hipóteses, de um qualquer nome colectivo.  Não te comparo? É mentira. Passo a vida a fazê-lo, a procurar-te neles, um sinalinho aqui, outro acoli, uma mania, um vício, um defeito de fabrico, eu a controlar-lhes a qualidade, a gemer por exaspero… não, não, afinal não és tu… É como se todos os que vieram depois de ti fossem aspirantes ao que tu foste. Meros candidatos a um lugar que nem sequ

Os Deuses Somos Nós

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Primeiro a Esquerda apartou-se da religião e ensinou que a mesma é uma abstracção inútil, depois apoiou todo o tipo de liberdades individuais e criou uma amálgama de retrocessos levando a humanidade a um estado quase primitivo.  O sexo está em tudo e faz parte de tudo, tornou-se de tal forma banal e desinteressante que homens e mulheres são hoje descartáveis. LGBT, Ideologia de género, aborto, eutanásia, e mais umas quantas distorções do que é ou devia ser a evolução da humanidade, não só são bem aceites pelas comunidades como são ensinadas nas escolas.  A Arte deixou de ser Arte. A Arte perdeu para os lobbys e pseudo-artistas que têm a mesma noção de estética e respeito pela verdadeira arte que têm pelo próprio corpo. Nesta febre de aceitar tudo, de legitimar tudo, de apoiar e democratizar tudo, a Esquerda tornou o mundo feio e irrespirável.  O grande estandarte da Esquerda "Não há nenhum Deus a ver", roubou-nos a vergonha, a noção de limites e atirou-nos para um

A Guardiã cabe perfeitamente no teu sapatinho!

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E se quiseres um exemplar assinado basta  que envies uma  mensagem.