A morte é uma cortina que se fecha

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O pano cai. A cortina fecha-se. A morte é isso. Uma cortina que se fecha. Se sentimos e amámos, se rimos e festejámos, se sofremos e chorámos, se falámos e magoámos, se vencemos e celebrámos, se perdemos e não encontrámos, se vivemos e respirámos… a morte é uma cortina que se fecha sobre quem e o que fomos. A quem fica, restam memórias, fotografias num álbum e a certeza de que então tudo se altera. Moldados pelas mãos de quem nos deixou, tocados pelo amor de quem nos amou, não voltamos a ser quem éramos porque parte de nós morre também. Que somos nós se não atores no teatro da vida? Cada um recita o seu papel. E a morte que está de sentinela, numa das mãos sustenta o relógio do tempo, na outra, a foice fatal. E, com esta, de um só golpe certeiro e inevitável, dá fim à tragédia, fecha a cortina e desaparece.

AK


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