A Noite Abre os Meus Olhos

A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos

Durmo no mar, durmo ao lado de meu pai
uma viagem que se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem que se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo

Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração

José Tolentino Mendonça
in A Noite Abre os Meus Olhos



Inverno, Neve, Casa, Paisagem, Log Cabin, Árvores



Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Perdição de D. Sancho II, Paulo Pimentel

"Travessia no Deserto"