Do que já não digo



Há tantas coisas que já não digo…
Já nem sou eu…do que me lembro?
De um rosto a quem chamar de amigo?
Da aragem fria de dezembro?
Há muitas coisas que já não digo…
Já não digo mais “Meu Deus”
Nem “meu amor” ou “amor meu”
Sobre o meu corpo só poisam véus
que a minha mente já esqueceu
De tudo o que o que fui restou tão pouco
Casca vazia que a vida repele
Vagas lembranças, um pobre corpo
Sou campo exausto, e são plenos rios
Todos os sulcos da minha pele.

Texto: Ana Kandsmar


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Fotografia de Sandra Ventura




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