Out of spirit
Ouço com alguma frequência quem se pergunta: "Porque é que antigamente havia mais espírito de Natal?" Talvez consigamos responder se olharmos com olhos de ver para a forma como vivemos hoje o Natal. A festa que celebrava o aniversário de Jesus, hoje celebra apenas o consumismo.
Hoje o Natal é a festa do consumo. Não há espírito algum no consumo. Consumir é uma coisa que nos satisfaz momentaneamente e logo nos deixa vazios. Vazios de todas as maneiras possíveis.
Natal verdadeiramente vivido era aquele que reunia a família, aquele em que se faziam os preparativos em conjunto, aquele em que as crianças iam com os familiares adultos apanhar o pinheiro para fazer a árvore e o musgo para o presépio.
Natal era aquele em que tínhamos tempo para reflectir sobre a nossa vida olhando a Sagrada Família, Maria e José adorando o seu Menino acabado de nascer.
Natal, era quando preparávamos a ceia com tempo, e a casa ficava perfumada com as ceras derretidas das velas, a lenha a arder na lareira, o cheiro dos fritos e da canela que vinha da cozinha.
Natal era quando íamos à Missa e beijávamos os pés do Menino.
Natal era quando esperávamos ansiosamente o presente que Jesus nos tinha deixado na chaminé, ou em baixo da árvore.
Hoje, este Natal que se vive apressado, um Natal em que as famílias trabalham até tarde, impedindo-as de viverem esse tempo em união, em verdadeiro desfrute, este natal que é compensado com um monte de presentes para desembrulhar à meia-noite, ou à hora que o sono ainda nos permitir, é claro que não tem espírito.
Como poderia ter?
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