Dia Mundial do Livro






Dia Mundial do Livro
Por: Ana Kandsmar 

No tempo em que não havia internet, muito menos redes sociais, tínhamos livros. E os livros eram as únicas portas que se abriam para outros mundos, às vezes, para mundos tão diferentes do nosso, mundos distópicos, fantásticos, românticos, floridos, dramáticos, épicos, terríficos, toda a sorte de mundos. E às vezes, os livros eram as únicas portas que se abriam para o nosso mundo, para as histórias autênticas, de uma semi-ficção que enleava a realidade com a imaginação do autor.
 Foi o que fiz nos livros que escrevi neste tempo em que a internet existe,em que há mais portas para o mundo e para outros mundos e os livros são menos lidos. A crise da pandemia também afectou os livros. Afectou o mercado livreiro, afectou os autores, as editoras, as livrarias, os paginadores, os revisores, os ilustradores e todos quantos fazem parte desta industria. 
Que consigamos curar esta doença que nos atinge a todos de tantas maneiras e que, continuando a ler, consigamos também curá-la nos livros. Mais ainda, que sejamos capazes de voltar a dar o devido valor ao livro e ao autor. Que este seja o Dia Mundial do Livro em que se redescobre o livro e os mundos que os livros nos mostram.




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Dia Mundial do Livro

Por: Joel Neto

Talvez existam dias mundiais em excesso, o que causa demasiado ruído para que, efectivamente, prestemos a devida atenção a cada um deles. Mas todas as causas em jogo são igualmente defensáveis, e a do livro deve tocar-me especialmente. Lê-se pouco, já se sabe, e isso é uma tragédia para a própria sociedade. E este ano há mais um problema ainda: o mercado livreiro caiu cerca de 80% em resultado da pandemia. A indústria está em agonia e as editoras com cada vez mais dificuldades em publicar e em pagar a editores, tradutores, revisores e até autores. O nosso panorama cultura vai empobrecer radicalmente, e portanto é ainda mais importante, este ano, celebrar este dia com ênfase e paixão.


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Dia Mundial do Livro

Por: Paulo Pimentel

Este ano, mais do que nunca, é urgente celebrar os livros e reforçar o seu lugar no mundo, conquistado, desde há milénios, na nossa trajetória por este planeta! Sem a sua existência, sabemos todos que nada sabíamos de nós mesmos, enquanto espécie. E se hoje temos consciência da nossa pequenez e das nossas limitações, imaginem a nossa existência sem este gigantesco legado que, ao longo dos tempos, nos foi chegando, em tantas ocasiões, a troco da própria vida.

Tudo o que os livros nos permitem alcançar é indizível, imensurável, para além de todas as viagens que possamos fazer, no espaço e no tempo, ao nosso interior e ao interior dos outros; a lugares que existem e a lugares-outros que só existem dentro de um livro.

Devido ao atual contexto nacional e mundial, há uma grande parte deste mercado em lenta agonia, que urge vivificar. Muitas instituições, editoras, muitas famílias, muita gente depende dele para viver, que não os autores. Os autores, poucos são os que vivem dos livros. Grande parte deles, alimenta-se de sonhos e das tais viagens de que só eles sabem, mas que, na sua – tantas vezes estranha- condição, precisam de partilhar com os outros.

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Dia Mundial do Livro
Por:Isabel Tallysha-Soares

O Dia Mundial do Livro é para mim uma ocasião, não só para celebrar livros e autores, mas também para nos lembrarmos de um dos melhores prazeres da vida: a leitura e o refúgio que nos traz ao mesmo tempo que nos transporta para longe.


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Dia Mundial do Livro
Por: Luis Ferreira


Hoje celebra-se o Dia Mundial do Livro, um dia especial para qualquer amante da escrita e, acima de tudo, para quem tem o prazer de ter a leitura como uma paixão e uma prática regular. Como autor de histórias e também como leitor, vejo sempre esta data como um dia especial e gosto de o invocar e celebrar, já que tem como objetivo reconhecer a importância e utilidade dos livros, que são aqueles objetos que alimentam sonhos, viagens e sentimentos. 

Quis o destino que, este ano, o dia seja comemorado numa realidade diferente, que nos afasta das rotinas habituais e de tudo aquilo que dávamos, muitas vezes, como adquirido. O momento está a provocar danos terríveis na economia e naturalmente o mercado livreiro foi arrasado com uma quebra de 80% nas suas vendas. Juntando a isto existe o já identificado problema de uma sociedade com poucos hábitos de leitura. Não sei o que poderá acontecer no dia de amanhã, mas prevejo tempos muitos difíceis para o setor, com o encerramento de editoras e livrarias, assim como da atividade de muitos autores. Eu próprio, por muito que me custe, vejo-me envolvido nesta situação, que levou ao cancelamento de muitos dos meus projetos, não sabendo, neste momento, se voltarei a publicar ou quando o poderei voltar a fazer. 

Tendo a ideia de que uma sociedade deve também ser feita de livros e que sem as leituras teremos um país sem identidade e sem ideias, procuro resistir enquanto me for possível, assinalando este dia com a compra de um livro, de preferência de um autor português, ajudando de certa forma todos aqueles que vivem deste mercado. Se cada um desencadear uma ação semelhante, seremos muitos, uma verdadeira força, que pode permitir uma luz de esperança neste quadro negro. 
Espero assim, que este dia não marque apenas a ideia colorida de que somos todos livros, apenas porque é bonito dizê-lo, mas que isto seja sinónimo de uma verdadeira mudança. 
Terá a palavra cada um dos leitores, para que sejamos verdadeiramente livros.



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A Sombra da Verdade - Livro - WOOK







Dia Mundial do Livro

Por: João Tordo

Enquanto escritor e leitor, fico sempre muito feliz que este dia se celebre. Este ano, o sentimento é ambíguo. Os danos do Covid-19 no sector do livro são terríveis, com quebras de 78% que são irrecuperáveis e sem fim à vista. Há inúmeras editoras e livreiros já à beira do fecho permanente, e esta crise arrasta consigo autores, tradutores, editores, paginadores, designers, vendedores, revisores, e todos os profissionais do sector.
Por isso, hoje, vou comprar um livro. Fazer a minha parte, dar o meu contributo. Sempre que adquiro um livro - e tenho a casa cheia deles! - sou eu quem fica a ganhar. Se todos fizermos o mesmo com alguma regularidade, salvamo-nos deste cataclismo, e podemos continuar a ler os autores de que gostamos. Os que nos fizeram sonhar na infância, que nos fizeram chorar na adolescência, que nos fazem pensar na vida adulta. Os que nos fazem companhia sempre, todos os dias. Amemos o livro.


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Dia Mundial do Livro

Por: Paulo Caiado



Podia divagar sobre a importância do livro para fixar no tempo a cultura e a arte, a memória, a história. Contudo, tanta gente irá hoje escrever sobre isso que me vou remeter ao básico. Existem duas espécies de pessoas. As que lêem livros e as que não lêem livros. Há quem viva rodeado de livros, como gatos, porque eles são parte da sua vida e deles não se conseguem separar. Há quem os tenha, comprado a metro, para decorar estantes, sobretudo porque dá muito jeito como cenário na televisão. 
Numa conversa, em qualquer conversa consigo de imediato distinguir os que lêem livros (livros mesmo, não revistas nem posts de rede sociais) dos que não lêem.
 Os livros cultivam, formam, educam, ensinam. Podemos não concordar com uma pessoa mas tiramos-lhe logo a medida da sua cultura e de onde ela vem. 
Com o advento das redes sociais também conseguimos distinguir de imediato quem lê e quem não lê livros. É a nossa memória visual que nos impede de dar erros ortográficos. A leitura habitual formata-nos o cérebro para a forma correcta de escrever. 
Quem não lê pode ter uma enorme dose de pragmatismo que certamente lhe poderá trazer sucesso na vida mas nem sabe o que perde em não vir a conhecer outros mundos que não o seu. Viverá bem uma vida mas deixará de viver outras tantas e perderá no processo a capacidade de sonhar.


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Dia Mundial do Livro
Por: Carlos Queirós

Há alguns anos, quando comecei a pensar publicar o primeiro livro, a edição de autor era uma possibilidade bastante plausível. Entrei numa tipografia, abordei a questão com o responsável. Depreendeu das minhas palavras alguma hesitação em fazê-lo. Valeria a pena desperdiçar tanta energia publicando um livro?

Ele disse-me o seguinte:

“Se você esculpir uma estátua no melhor mármore que encontrar, acredito que execute uma extraordinária obra de arte. Porém, se ao transportá-la, tiver a infelicidade de ela cair de quebrar-se, acredite em mim, a sua obra de arte morreu. Escacou-se. Mas se você escrever um livro e o publicar, pode ter a certeza que jamais morrerá.”

Explicou-me as razões para tal. Rematou dizendo:

“Nunca conheci o meu avô. A única coisa que dele ficou foi um livro que escreveu havia muitos anos. Eu nem sabia disso. Em conversa de família alguém o referiu. Não descansei até encontrar esse livro. E foi assim que descobri um pouco dele. Através do seu livro.”
O livro é imortal!



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Dia Mundial do Livro
Por: Luís Corredoura

"Quiçá devido a defeito profissional, tenho os livros como as pedras e os tijolos com que projecto e construo as fortalezas e os castelos onde me protejo e resguardo dos ataques e acometidas da ignorância, estultícia, arrogância e presunção que nunca como agora, num mundo cada vez mais informatizado e com os saberes tão facilmente à disposição de todos, se mostraram tão intensas e dispostas a derrubar esses muros de cultura e sabedoria que impedem que esta vida se torne definitivamente num deserto de inteligência e de conhecimento.


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