Já o tinha feito para a iniciativa da UCLA, mas de uma forma mais resumida. Agora o vídeo completo onde vos apresento Paulo Pimentel e falo do seu mais recente romance, A Perdição de D. Sancho II. "As nossas leituras Hoje vamos à Idade Média, um período da História que me fascina. Fazemos uma visita à corte do rei de Portugal D. Sancho II, e, mais do que à corte deste monarca, vamos ao interior da sua mente (neste excerto, à mente de Dona Mécia, sua esposa), através da visão de Paulo Pimentel e da voz de excelente dicção de Ana Kandsmar, num livro saído há pouco tempo: «A Perdição de D. Sancho II». Poucos conhecem a história deste rei desgraçado, que governou de 1223 até 1248, altura em que foi deposto do trono pelo próprio irmão, futuro Afonso III, e que viu ser lançado sobre o seu reino um Interdito da Santa Sé (pena gravíssima na época), que foi excomungado pelo papa Gregório IX e que chegou a ser classificado pelo pontífice de Roma com o desonroso título de "Rex inutilis...
Brancas/1993 Às vezes temos medo. Do desconhecido. Às vezes julgamos conhecer o desconhecido e temos medo. O desconhecido pode ser uma imagem parada na nossa mente. Nublada. Ensombrada. Na penumbra. Pode ser a noite que é a penumbra mais densa que conhecemos. Ou pode ser o escuro. O vazio. O medo pode ter muitas formas. Pode ser um rapaz. Um rapaz num hospício. Pode ser o Paulinho. Encontrei-o pela primeira vez em 1993. Num dia de estágio de Saúde Mental e Psiquiatria nas Brancas. Primeiro vi as marcas do que fizera. O capot de um carro danificado no exterior do edifício. A coordenadora de estágio sorrira ao meu grupo e desculpara-se “foi o Paulinho, está tudo bem, não se assustem, foi só o Paulinho”. Soaram dentro de mim as campainhas de alarme. Quem seria o Paulinho? Quem seria aquele ser que danificara a viatura? Porque o teria feito? Em que condições o teria feito? As perguntas martelavam a minha mente, mas logo deram lugar à necessidade de dispensa...
Quando a luz se apagar nos meus olhos E soar a música orquestrada, Quando tombarem flores sobre o meu corpo E a minha vida se resumir a nada Ouçam-me em tudo o que não ouvem Vejam-me algures no pó da estrada Imaginem-me brisa ou arvoredo; Ou qualquer outra coisa intercalada Que possam ouvir só em segredo Quando se apagar esta luz dos meus olhos E a minha voz ficar, então, calada Ainda que por tão breves instantes Será meu, o eco da montanha? Serão minhas as palavras sussurrantes? De entre um jardim na primavera Serei pássaro, terei asas? Verei a vida como era, O meu riso imortal pelas casas, Como um sonho ou uma quimera? Na vossa face, o meu beijo adocicado O abraço, tão apertado como dantes As memórias mais doces do passado Voltarão a ser reais por uns instantes. Quando a luz se apagar nos meus olhos E o relógio ficar parado No exacto minuto em que me extingo Será, para sempre, o marco err...
Comentários
Enviar um comentário