«Estou às tuas ordens...»

«Ajeitou a roupa da cama que se enrodilhara nas voltas que lhe dera, voltou à sala, serviu-se de um whisky e depois de outro e ligou o computador. Deixou-se ficar quieto, rolando o scroll do aparelho, vendo o desfilar de letras no ficheiro do word, tanta coisa já escrita, capítulo 1, 2, 3, por ali afora, não sabia se alguma coisa realmente boa, mas se não o fosse, claro que a culpa não seria dela, que lhe relatava por A+B o tal tratado sobre o desencontro, o romance sofrido, o amor arrancado a ferros. Continuaria então a fazer das tripas coração. Era para isso que ela lhe pagava e não para se apaixonar. Isso já era coisa fora dos planos, passos mal dados a extrapolar o trilho. Ouvi-la-ia. Levaria aquele desenrolar de memórias ou de invenções delirantes, já não queria saber, até ao fim. Deixaria o texto arrumado, pronto para enviar à editora, e a partir dali, era com ela. Que alguém paginasse, que alguém criasse a capa, o trabalho dele ficaria feito e depois disso, seguiria em fren...